Em alta, mercado de cursos online cresce 68% durante distanciamento social

Em alta, mercado de cursos online cresce 68% durante distanciamento social

Ensino digital oferece flexibilidade de horários e preços mais baratos, mas mudam interações dentro da sala de aula.

10 de Junho 2020

 

Estudando por notebooks, smartphones ou tablets, a procura por especializações à distância tem crescido em meio a pandemia do novo coronavírus. De pilates à desenho técnico, plataformas nacionais e estrangeiras de cursos online tem acompanhado o fenômeno expansivo no número de matrículas em diversas categorias de ensino.

Udemy — marketplace internacional de cursos online —, registrou um crescimento global de 425% no número de matrículas à distância da plataforma. No Brasil, dados da Catho Educação mostram um aumento de 68% nas inscrições para cursos EAD ou semipresenciais logo nos primeiros meses da pandemia.

A alta do mercado de cursos online, segundo a consultora de Marketing Digital Priscyla Caldasé consequência principal do distanciamento social. Para a profissional, a necessidade de atualizar o currículo com novas especializações começou a ser possível com a permanência de estudantes e profissionais dentro das casas.

Eu avalio o mercado de cursos online com bons olhos. Eu já fiz essas especializações à distância e continuo fazendo durante o período da pandemia. O interessante nesse método é a conveniência, conforto e disponibilidade que é medida pelo próprio aluno, além de poupar horas estressantes no trânsito para chegar às sedes físicas dos institutos de ensino”, explica.

Priscyla elenca flexibilidade no quadro de horários, comodidade e preços mais baratos como as principais vantagens dos cursos, entretanto, conteúdos cansativos, fácil dispersão e ausência do relacionamento e conversação  que já são presentes em salas de aula tradicionais, são algumas ressalvas da modalidade.

A chegada da pandemia fez com que apenas as vantagens dos cursos online se destacassem, fomentando o mercado da educação à distância pela quantidade de pessoas que migraram para esse ensino e a exposição das qualidades oferecidas, no entanto é importante investir em didáticas que aproximem o estudante e não deixe o conteúdo cansativo”, elucida.

A frente da ARUNA Marketing, a consultora explica que a realidade mudou tanto para estudantes quanto para as instituições. De acordo com a profissional, centros educacionais e professores tiveram que alterar conteúdos, colocá-los em plataformas digitais, interagir de outro modo com os alunos e reestruturar a mensalidade dos cursos que migraram para o virtual.

Tendo que adaptar-se ao novo modelo de ensino, o biomédico e especialista em Biomedicina Estética, Vinicius Said, 28, explica que conseguiu nas suas aulas trazer o conteúdo teórico igual ao presencial, entretanto, as abordagens práticas do curso que leciona, tiveram consequências no processo de aprendizagem dos alunos.

O ponto ‘x’ das aulas online estão sendo as demonstrações práticas das técnicas. Pelo fato de o meu curso ser teórico-prático, tive que dispor de mais recursos, como transmissão simultânea ao vivo do procedimento, mas para mim, na condição de profissional, é mais tranquilo do que para os que estão aprendendo pela primeira vez. Sendo presencial, o aluno teria a oportunidade de praticar e eu poderia orientá-lo de uma forma mais direcionada”, afirma.

Segundo o biomédico, apesar de vantagens dos cursos online, como conteúdo consolidados e possibilidade de revisão nas aulas gravadas, o modelo presencial ainda é o seu favorito, visto que consegue passar mais confiança e segurança nas atividades práticas, assim como estimula o relacionamento e a convivência saudável entre os interessados no curso.

Para Priscyla Caldas, Vinícius é a caricatura dos brasileiros que testaram o modelo EAD e ainda estão adaptando os conteúdos virtualmente, analisando benefícios e prejuízos. Segundo a consultora de marketing digital, o superaquecimento do modelo online irá esfriar naturalmente com o “relaxamento” da quarentena, entretanto, não descarta que o mercado sai fortalecido com clientes novos.

Mesmo o mercado estando em alta agora, o cenário de pós-pandemia ainda é acolhedor para instituições e alunos que aprovaram o método, seja por gostarem do primeiro contato com o EAD ou por causa das vantagens que ele oferece. Eu acredito que o mercado não continuará com números expressivos como agora, mas que em breve seja cada vez mais comum a admissão de conteúdo online e esse fenômeno venha a ser o ‘novo normal’ na educação”, conclui Priscyla.

 

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